Para quem não trabalha na área de cabeamento estruturado, pode até parecer que tanto faz qual cabo de rede será utilizado em seu equipamento. Às vezes, a transferência de dados é limitada e até comprometida pela escolha errada da categoria de cabo utilizado.
Neste breve artigo explicaremos para você todas as características de cada categoria, qual o tipo ideal para sua instalação e outras particularidades que muitas vezes deixamos de lado. Então vamos lá!
Existem dois tipos de cabos par trançado. Os cabos com blindagem conhecidos como STP (Shielded Twisted Pair) e os cabos sem blindagem conhecidos com UTP (Unshielded Twisted Pair). O cabo de rede é chamado de “par trançado” porque em seu interior existem vários cabos trançados aos pares.
No caso dos cabos STP, existe uma malha/revestimento que o protege contra interferências eletromagnéticas.
A maioria dos cabos utiliza o conector 8P8C, popularmente e erroneamente conhecido como conector RJ-45. Digo isto porque o nome RJ-45 na verdade, define somente a ordem em que os fios são encaixados no conector. Mas na maioria das lojas de varejo, se você disser que procura conectores do tipo 8P8C, é bem capaz do vendedor nem saber do que se trata.
Os cabos são divididos por categorias distintas, cada uma com suas especificidades. Atualmente todos os cabos categoria cinco são na realidade 5e (pois oficialmente a categoria cinco não existe mais). Existe também a categoria 6, Cat6A, Cat7, Cat7A, Cat8, Cat8.1 e Cat8.2.
Na categoria CAT 5 temos uma taxa de transferência de até 100Mbps. Isto significa que se você contratou um serviço de internet de 240Mbps, sua velocidade de conexão ficaria limitada a 100Mbps apenas. Esta categoria utiliza apenas dois pares de fios (branco com o verde e branco/laranja com o laranja.
Já o cabo CAT5e utiliza os quatro pares. Como dissemos, o padrão CAT5 foi substituído pelo padrão CAT5e. Entretanto ainda temos o hábito de chamar este padrão ainda como CAT5. Este cabos operam a 100MHz com limitação de comprimento de até 100 metros, com velocidade que podem chegar até 1Gbps.
Apesar da especificação garantir o comprimento máximo de até 100 metros, sabemos que isto pode acarretar em perda de sinal (pacotes) e maiores interferências (atenuação). Por esta razão, o mais indicado é utilizar cabos de categoria CAT6.
A categoria CAT6 opera a 250MHz, sendo mais robusto em sua construção, com o uso de um duto plástico separador de fios, que diminui a interferência e melhora o isolamento. Apesar de compatível com conectores 8P8C comuns, existem conectores próprios para o padrão.
Já a categoria CAT6a, pode alcançar até 10Gbps em uma distância de até 100 metros, graças a um revestimento ainda mais robusto que a categoria CAT6, operando a 500MHz. Esta categoria é recomendada para uso corporativo como grandes faculdades/escolas, hospitais, empresas, etc.
A categoria CAT7 opera a 600MHz, possui blindagem e também pode alcançar até 10Gbps com distância máxima de 100 metros. Neste caso, são requeridos conectores próprios para esta categoria. Sua variante CAT7a, possui dupla blindagem, operando na frequência de 1GHz.
A categoria CAT8 opera com 2GHz, o dobro da categoria anterior, com capacidade de alcançar até 40Gbps a uma distância de até 30 metros. Este padrão é normalmente utilizado para conectar hacks de uma mesma fileira em DataCenter’s como uma opção ao cabeamento de fibra óptica. Nesta categoria temos as variantes CAT8.1 e CAT8.2 que se diferem basicamente na blindagem incrementada. Ambos exigem conectores especiais.
Em meio a todas estas categorias, existem cabos blindados onde inclusive o conector recebe tal proteção. Este conector precisa de um fio de cobre conectado a ele como uma espécie de “aterramento” para garantir a proteção desejada. O patchpanel também precisa ter portas blindadas e devidamente aterradas.